terça-feira, 30 de março de 2010

Filmes do Cine Mube Ciclo Pop Art – Andy Warhol

*Retrato de Marylin Monroe, um dos mais famosos de Andy Warhol e símbolo máximo da Pop Art.

Durante todo o mês me março, o Museu Brasileiro da Escultura realizou o Cine Movies especial Ciclo Pop Art, que marca a presença da esposição In América de Andy Warhol aqui em São Paulo, assim como o Fashionlogbook havia falado anteriormente aqui.
De filmes e documentários sobre sua vida e sua geração, até de sua própria autoria, foi imperdível para quem é fã do artista e que estava contaminado com o clima da exposição, que estreiou no dia 20 de março.
Parabenizo o Cine Mube por ter essa iniciativa de aproximar o público para a arte e a cultura !!!
Comento aqui alguns desses filmes :

Vida e morte de Andy Warhol - Exibido em 13/03/2010


*Foto de Andy Warhol na Silver Factory.

Documentário que conta a história e a obra de Andy Warhol, desde quando saiu da pequena cidade de Pittsburgh, Nova Jersey, até ir para Nova York e se tornar o pai da Pop Art e ídolo dos descolados da época.

Eu atirei em Andy Warhol - Exibido em 06/03/2010

*Cartaz do filme satirizando a tragédia ao mesclar a foto de Valerie Solanas, que atirou em Andy, com uma de suas famosas obras.

Foi baseado na história real da feminista Valerie Solanas ,uma militante ultra radical e escritora, autora do manifesto 'Scum' (que pregava o extermínio de todos os homens do planeta) e alguns textos obscuros.
Na tentativa de fazer sucesso, entregou um deles a Andy Warhol para produzir, mas ele acabou ignorando. Inconformada e numa atitude lunática, foi até ele e disparou vários tiros. Fato que quase tirou a vida dele e o deixou traumatizado pelo resto da vida.
O filme, que virou clássico do cinema independente nos anos 80, retrata muito bem a Silver Factory, estúdio de Andy Warhol, que se tornou point dos artistas e descolados da geração 60’s, além do figurino que é ótimo.


*Valerie Solanas interpretada por Lily Taylor em "I shot Andy Warhol".


Vinyl - Exibido em 27/03/2010


*Imagem do filme "Vinyl", filmado na Silver Factory.

Filme de autoria de Andy Warhol, na época em que resolveu largar os pincéis para se dedicar ao cinema, rascunhando o que se tornaria o cinema independente de hoje. Vinyl é a primeira adaptação cinematográfica do romance Laranja Mecânica (claro que numa versão radicalmente livre), e chega a chocar com as cenas em que a personagem Alex DeLarge (Gerard Malanga) passa por uma sessão de tortura com verdadeiros peritos em sadomasoquismo.
Warhol já afirmou em entrevistas que as imagens de tortura sexual são reais, e que Edie Sedgwick , a bela cool que era o braço direito de Andy, observava tudo com indiferença porque não sabia que estava sendo filmada.
Além disso, o filme já vale pela cena em que Alex dança freneticamente ao som de The Kinks e Martha and the Vandellas... Impagável !

*Imagem da gravação do filme, onde os atores ouvem as instruções do diretor Andy Warhol.


Velvet Underground & Nico - Exibido em 27/03/2010

A banda Velvet Underground com a modelo Nico, que particiou do albúm de estréia intitulado Velvet Undergroun & Nico.

A banda produzida pelo pai da Pop Art é filmada durante um de seus ensaios. O vídeo conta com a participação da modelo Nico no álbum de estréia da banda. A participação foi sugerida pelo próprio Andy, na tentativa de deixar a banda um pouco mais comercial, e antecipando o que Kate Moss faria nos dias de hoje. O documentário é estático e sem muitos acontecimentos, mas vale pela performance da banda.

*Foto clicada na gravação do 1º albúm da banda, com a presença do produtor, Andy Warhol.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Lady GaGa e os figurinos de "Telephone"



Não conheço nenhum fashionista que não tenha ficado hipnotizado ao ver o clipe da musa pop Lady GaGa.
Não é para menos, pois os figurinos do curta metragem-videoclipeTelephone” são de encher os olhos.
A história também é muito boa, começa com Gaga sendo presa, com cenas impagáveis no presídio, e com várias piadinhas sutis (algumas nem tanto). Quando é solta, encontra sua parceira de crime, “Hunny B”, mais conhecida como Beyonce.
É quando o encontro acontece que a história pega fogo, com direito a performances na cozinha e a um assassinato em massa.
Cheio de referências, do Kill Bill de Tarantino até Tema & Louise, o vídeo se consagra como uma obra de arte (Andy Warhol concordaria) e Lady GaGa como a nova rainha da música pop (e dos fashionistas).
Ao convidar a colega de profissão para participar do clipe, GaGa não teve medo ser ofuscada, prova de que sabe exatamente o talento que tem. As duas já haviam trabalhado juntas no “Videophone” da Beyonce, mas a verdade é que no clipe, Lady Gaga aparece bem menos do que a protagonista. Enfim, de qualquer jeito, já sabemos que essa pareceria rende sempre bons frutos para o pop.
E para quem quer se deliciar e se divertir com “Telephone”, comento aqui cada um dos figurinos do clipe:




Lady GaGa chega na prisão já entrando no clima, com vestido listrado de ombros estruturados e decote até a cintura.



No banho de sol das detentas, GaGa usa corrente de ferro e óculos escuros de bitucas de cigarro (acesas !)



Para passar o dia da prisão, óculos escuros da Chanel, jaqueta de couro cheia de tachas e bobs de latinha de coca-cola.



Lady GaGa vai atender o telefonema de Hunny B, é nessa hora que dá pra reparar que o figurino também tem uma joelheira, de couro e cheia de tachas, é claro.



GaGa tira a jaqueta e se prepara para a primeira performance



Essa é a verdadeira essência da musa pop: Lingerie. Quando começou a carreira, tentava chamar a atenção de produtores musicais fazendo performances cantando e tocando no piano, usando apenas lingeries. Claro que muitos acharam bizarro e o caminho foi longo até Lady GaGa achar seu atual produtor, que apostou não só em quem ela era, mas em quem poderia se tornar (Alguém tem dúvidas de que ele acertou em cheio?).



Figurino feito com fita de "crime scene, do not cross"



Lady GaGa sai da prisão com figurino impecável, com direito a espartilho, luva de pelica, óculos escuros redondo e chapéu enooorme. Ah... GaGa aprovou os efeitos do bobs de latinha.


"You've been a very bad girl. A very very bad, bad girl, Gaga !"


"U-hun, Hunny B !" Nessa cena, o figurino das duas tem tantas peças feitas de couro que é possível ouvir o som da roupa quando as duas se movimentam.



Beyonce usa vestido e chapéu de cowboy, ambos de vinil amarelo (E com os "boobs" saltando pra fora).



Para na cena seguinte, envenenar o café do namorado.



Enquanto Lady Gaga faz sua segunda performance na cozinha, a mais hilária de todas. O chapéu de telefone é incrível, e o vestido de silicone é o mesmo usado no clipe de "Bad Romance", na cena da banheira.



Aprenda a cozinhar e matar com as receitas de Lady Gaga no "Cook'n'Kill, do canal Poison Tv.



Lady Gaga serve seu "Killing Menu". Repare no mega-chapéu de garçonete e no arranjo de telefone encapado com fios de cabelo.



E após matar todo mundo, por que não fazer mais uma performance ao redor dos cadáveres? Dessa vez, as duas dançam juntas.



Também gostei bastante do figurino da Beyonce nessa cena. A combinação de cores tanto do figurino quanto da locação é impecável.



Lady GaGa de oncinha pintada, dançando na frente do "Pussy Wagon"



As duas fogem no Pussy Wagon, mas antes uma paradinha para mais uma performance. Hunny B está de luto, enquanto que GaGa consegue usar lilás mesmo após cometer um assassinato em massa.


quinta-feira, 18 de março de 2010

Tendências Inverno 2011

Imagem do desfile da estilista Stella McCartney, que apostou na tendência Minimal.

Agora que a temporada de desfiles internacionais acabou e eu tive o devido tempo para “digerir as novas tendências”, listo aqui algumas delas:

Minimal

Pode-se detectar algumas mudanças nas semanas de moda, pois estilistas que antes apostavam na criatividade, mudaram de rumo nessa temporada, deixando-a de lado para focar nos materiais diferenciados e nas técnicas usadas.
O resultado foi de desfiles com looks muito mais cleans, onde as cores ainda estão presentes, mas o que predominam são os tons neutros: preto, branco e nude, muuuuito nude.

Estilistas que apostaram no Minimal: Marc Jacobs, Stella McCartney e YSL.

Stella McCartney

Yves Saint Laurent


Marc Jacobs

Mix Étnico

Apesar de não ser uma tendência nova, o Étnico mostrou que prevalece forte como tendência para as próximas estações. O que muda é que antes uma só tendência étnica era escolhida como tema de coleção, que poderia ser África, Índia ou Japão.
Agora, estilistas apostam em vários e novos temas étnicos, que juntos formaram coleções com grande variedade cultural: África, Índia, Japão, Egito, Marrocos, Rússia, China, etc.

Estilistas que apostaram no Mix Étnico: Kenzo, John Galiano, Jean Paul Gaultier, Hussein Chalayan.

John Galliano

Jean Paul Gaultier

Hussein Chalayan

Chanel


Kenzo

Imperial

Algumas grifes optaram pela sofisticação de suas coleções ao escolher como tema o Imperial, que faz referências a roupa das cortes, reis e rainhas que as exibiam em seus grandes castelos. O resultado foi uma grande presença de dourados, peles, Jacquards, bordados, brocados e outros efeitos sofisticados. Nada de novo para um McQueen, que já utilizou esse tema em diversas coleções, mas a aposta é realmente nova para uma grife como a Balmain.

Estilistas que apostaram no Imperial: Alexander McQueen, Balmain, Vivienne Westwood.

Alexander McQueen

Balmain


Vivienne Westwood

Dark

Na última temporada de inverno, pude observar uma grande presença da estética Glam Rock, que foi lançada pela Balmain e até hoje está prevalecendo, inclusive na temporada de desfiles nacionais deste ano.
Essa tendência foi renovada, só que sem tanta influência do rock, cheia de tachas e spikes. A estética é quase a mesma: domínio do preto, silhueta sequinha e destaques para os ombros. Muitos ainda apostam nela e é provável que ela prevaleça durante algum tempo.

Estilistas que apostaram no Dark: Lanvin, Gareth Pugh, Viktor&Rolf, Givenchy.

Lanvin

Viktor&Rolf

Givenchy


Gareth Pugh

Mulheres de Verdade

Outra tendência inédita trazida nessa temporada. Algumas marcas propuseram uma nova silhueta, mais curvilínea e bem mais próxima de nós, reles mortais.
Até a Prada, que sempre apostou numa mulher esquálida, e que por isso, sempre contratava modelos bem novinhas para seus desfiles, dessa vez apostou em um novo casting.
E não é só nas modelos que essa mudança acontece, é também onde realmente interessa: Nas roupas. Para elas, foram adotadas formas bem femininas, que lembra a estética dos anos 50 (símbolo máximo em feminilidade). Por isso, pode apostar que a moda não vai carregar por muito tempo o estigma de “ditadura da magreza”, pois daqui para frente irá propor mulheres bem mais próximas da vida real.

Estilistas que apostaram nas Mulheres de Verdade: Louis Vuitton, Prada, Balenciaga.

Prada

Louis Vuitton


Desfile da Balenciaga

quarta-feira, 10 de março de 2010

Mês de Andy Warhol em São Paulo


Auto-retrato de Andy Warhol

Março vai ser um mês agitado para a cena cultural de São Paulo, principalmente para os fãns de Andy Warhol.
Para começar, a Pinacoteca irá receber a exposição “América”, que conta com mais de 160 obras do artista, entre pinturas, fotografias, instalações, além de filmes dirigidos pelo criador da Pop Art. A exposição estará por aqui de 20 de março a 23 de maio.
Além disso, o Cine MuBE (Museu Brasileiro da Escultura) traz durante o mês de março uma programação especial sobre Andy Warhol, que inclui documentários e filmes de ficção sobre o artista.

Eu fui conferir o Cine MuBE neste final de semana e tive a chance de ver um documentário completo sobre a vida de Andy Warhol e ainda assisti o filme “Eu atirei em Andy Warhol”, que conta a história do atentado que o artista sofreu. Posso dizer que a mostra é imperdível, e vai matando a vontade enquanto América não chega.

Estação Pinacoteca
Exposição América- Andy Warhol
Largo General Osório, 66
www.pinacoteca.org.br

Cine Mube
www.mube.art.br


segunda-feira, 8 de março de 2010

Os eleitos da semana de moda de Paris

Jean Paul Gaultier no final de seu desfile dessa temporada, com influências étnicas.

Vem muita coisa nova vindo por aí: É o que se pode concluir vendo os desfiles da semana de moda de Paris. Para a nova década, são propostas novas idéias e novos rumos.
Claro que nessa semana também se viu mais do mesmo, mas até ele foi proposto de forma diferenciada e dentro das tendências que ainda estão e estarão em voga.
Listo e comento aqui os desfiles que foram destaque da semana de Paris, que fecha a temporada outono-inverno 2010.


1-Lanvin: Essa coleção de inverno foi o que a coleção da Balmain foi no inverno passado: Promete virar objeto de desejo. Com uma silhueta prá lá de moderna e com modelos que vestem bem a maioria das mulheres, a Lanvin soube traçar a mulher contemporânea da nova década, cheia de força, atitude e sensualidade. A atmosfera dark ainda impera e os ombros ainda são o centro das atenções.



2-Viktor e Rolf: A dupla do momento conseguiu propor o que muitos queriam: Provar que a roupa pode ser comercial e conceitual ao mesmo tempo. A coleção era composta de roupas transformáveis, e cada modelo na passarela, ao sair, deixava uma peça de roupa nas mãos da dupla de criadores, que iam adicionando as peças a uma modelo que não saía de cena.
No final do desfile, ela parecia um guarda roupa ambulante. A performance foi divertida e com uma proposta totalmente nova, em que a roupa ganha novas funcionalidades.
Nessa temporada em que o realismo e as peças comerciais reinam, Viktor e Rolf conseguiram manter vivo o sonho de moda, tão importante nos desfiles.



3-Pedro Lourenço: Nosso representante brasileiro conseguiu fazer bonito em sua estréia na semana de moda de Paris.
Pedro se inspirou nas características da arquitetura brasileira, principalmente a de Oscar Niemeyer.
O resultado foi uma coleção muito bem executada, com grande criatividade e muito bem comentado pela crítica.
Com certeza, Pedro Lourenço promete ser um dos grandes nomes da moda brasileira, e por que não, da moda mundial.




4-Balenciaga: Esse foi um dos grandes destaques da temporada, onde novas misturas de materiais foram propostos: estrutura com fluído, liso com textura, leve com pesado, tudo isso junto, etc.
Esse poderia ser mais um desfile com tema futurista da grife, mas tudo parece tão presente e tão próximo de nossos dias, que podemos concluir que ao menos na Balenciaga, o futurno já chegou.




5-Jean Paul Galtier: Não houve grandes novidades nessa coleção, onde o estilista resolveu conservar seu estilo (que eu particularmente amooo).
O resultado foi um mix de influências étnicas de várias partes do mundo com toda a sensualidade e exotismo de Gaultier.
As formas eram bem amplas e volumosas, mas aquele espartilho que é marca registrada de Jean Paul (virilha, cintura e busto) foi mantido.




6-Gareth Pugh: O estilto gótico próprio da marca continuou forte, mas sem as influências futuristas de coleções passadas.
O melhor ficou por conta das peças trabalhadas em couro de diversas formas, do corte perfeito acompanhando as formas do corpo e da fluidez na alfaiataria.
Com influências meio japonesas, essa coleção bem que poderia fazer parte de algum figurino do Matrix.




7- Balmain: O glam rock do inverno passado foi transformado em influências imperiais. Ou seja, do preto e prata, passamos para o dourado que reina nessa coleção, seja em bordados, lurex ou jackards. A silhueta típica da Balmain foi mantida, mas os ombros ficaram menos pontudos e mais angulosos.
Embalado por uma música hip hop, referência ao luxo e a ostentação, a Balmain mostra que quer se sofisticar.